São apenas 21 anos. São poucos para
quem ainda tem uma vida pela frente, com tanto por fazer e concretizar. É uma pessoa assim que
entrevistamos hoje e, curiosamente, o mentor deste novo projecto: “A
Entrevista”, por Filipe Carvalho.
Emissão Solidária do Banco Alimentar Contra a Fome Rádio Autónoma de Lisboa |
- Olá Filipe. Estás
preparado para seres tu o entrevistado?
Preparado tento estar sempre. Mas se me perguntares se estou bem preparado, aí já é diferente
mas vamos a isto!
- Vamos começar por
falar no teu percurso até hoje. Sei que já fizeste um pouco de tudo profissionalmente.
Como é que o descreves de forma sucinta?
De
forma sucinta é mais complicado. Já fiz muitas coisas e todas elas foram boas experiências. Em restauração já trabalhei na cozinha como ajudante, já
estive ao balcão e também servi à mesa. Depois trabalhei em duas lojas de roupa.
Trabalhei em call-center… Ah, não me posso esquecer da loja de brinquedos nem
dos tempos em que trabalhei como carteiro e tão pouco daqueles tempos em que trabalhei na área da cultura em duas juntas de freguesia. Trabalhei também como assistente
administrativo e, actualmente, trabalho numa empresa de material de escritório
como comercial. Entre todas estas experiências, fiz teatro. Bastante teatro! E
rádio! Aos vinte e um anos parecem muitas coisas mas todas elas chegaram no
momento certo.
- Tendo feito tantas
coisas, o que é que te falta fazer para te sentires uma pessoa realizada na tua
idade?
Falta-me
tudo! Sou completamente insatisfeito e quando consigo algo, como vai
acontecendo, acabo sempre por sentir que quero dar o próximo passo. Ir mais
longe. É todo um inconformismo que não sei explicar-te mas que também me traz
algum desconforto. É difícil lidar com esta insatisfação quando sei que tenho
conseguido várias coisas que na minha idade são bastante incomuns. Falta-me
sempre muito para estar realmente realizado!
- A televisão e a rádio
são as tuas grandes paixões. Consegues escolher apenas uma delas ou gostavas de
poder conciliar as duas?
A
minha ideia é conciliar as duas grandes paixões da minha vida e estar tão
próximo do público quanto possível e quanto mo permitirem. Nunca fiz televisão
e a rádio começou por ser uma brincadeira e tornou-se paixão. A televisão é uma
paixão desde sempre. Era e é a minha companhia. Uma das grandes alegrias era
acordar cedo para ver desenhos animados. Em vez de voltar a adormecer, não.
Ficava acordado para seguir os programas da manhã. Acabava por imitar
apresentadores, apresentar jornais e fazer do meu quarto a minha estação de
televisão.
- Tens alguma outra
paixão que as pessoas desconheçam?
Tenho
mais algumas, sim. As pessoas, actualmente, desconhecem todas elas, acho.
Depois disto passam a conhecê-las mas vão precisar de ver-me trabalhar para
perceber realmente como encaro tudo isto. Escrever é uma paixão de há muitos
anos, mesmo antes de sonhar ser actor ou, neste caso, comunicador. Conduzir é
outra paixão. Pegar no carro e conduzir sem destino é das melhores sensações do
mundo.
- O que é que achas que
faz falta ao panorama nacional nestas duas áreas em que queres apostar?
Em
televisão, nas generalistas, acho que precisamos de mudança nos programas da
tarde, por exemplo. Sangue novo. Alegria! Conteúdo com verdadeiro
entretenimento. Precisamos de puxar o país e as pessoas para cima. Precisamos
de muito mais dinamismo! Horário nobre de sábado também acho muito muito fraco mas entretanto diz-se que vai melhorar. Assim espero! Faltam programas de entretenimento puro. Um surprise show, por exemplo! A
informação, para mim, é de evitar. É fatalista. Apresenta um lado demasiado
negro que nos contagia de forma negativa. Os noticiários são extremamente longos
e desnecessários nessa duração. Faz falta jornalismo de investigação. Filipe a
director já! (risos)
Na
rádio já é mais complicado… As pessoas preferem a música de forma contínua a
boas conversas e eu adoro boas conversas. Adoro explorar novas formas de chegar
às pessoas como fiz em rádio no programa que apresentei. Gosto de inovar. De
arriscar. Faz falta assumir esse risco.
- Fala-me agora dos
teus sonhos.
Os
meus sonhos não passam disto e isto é tudo para mim! É com isto que sonho todos
os dias. Chegar às pessoas, fazer parte da vida delas e fazer a diferença. Não
quero ser indiferente. Podem gostar ou não de mim mas a indiferença não quero.
- Consideras-te um
exemplo?
Não,
não. Ser um exemplo não é bom nem mau. É o que é. Até porque tenho muitos defeitos e muito para aprender ao longo da minha vida... Não espero sê-lo a menos
que isso seja bom e vantajoso para quem me vê como tal. Sou apenas uma pessoa
normal que sonha, arrisca e que pretende chegar mais longe. Mas considero-me
diferente. Sei bem que nestes sonhos que transporto deposito uma vontade
superior à de muitas pessoas que apenas desejam estes lugares por motivos
fúteis. Há muito boa gente que encara estas vontades como sonhos mas na
concretização dos mesmos as acções são nulas. Não existem. Recuso-me a ser
assim.
Programa Toma Lá Dois na Rádio PopularFM |
- Como é que te
imaginas daqui a 10 anos? A fazer o quê? A viver onde?
Imagino-me
bonito. (risos) Vá, agora mais a sério… Espero estar a fazer
televisão para as pessoas. Espero ter o meu programa e ter uma parceira na
condução. Não gosto de trabalhar sozinho. Não gosto mesmo! E um programa de
rádio era tão bom também! Era mesmo. Em dupla, claro! Pessoalmente, espero estar próximo de quem me faz bem.
- Como é que te
descreves em poucas palavras?
Em
poucas não me descrevo. É impossível para alguém que fala e escreve tanto!
(risos)
- Sei que és muito fiel
a ti mesmo e que defendes sempre a coerência das pessoas. O que é que te
chateia na maneira de ser e de estar dos outros?
Tento
não preocupar-me. Tento dar a liberdade aos outros para que possam ser e estar
de acordo com as suas vontades. Dentro desta minha postura espero, obviamente,
que as pessoas se façam acompanhar de bom senso. É fundamental para não invadir
ou pôr em causa o espaço dos outros. Não saber estar incomoda-me muito mas defender a coerência é, muitas vezes, ser igualmente incoerente.
- Tu, que nunca deixas
nada por dizer, tens alguma coisa que nunca tenhas dito?
Tenho
muitas. Vou ter sempre. Acho que teremos sempre muito a dizer enquanto houver a
capacidade de sentir. Já disse mais o que tinha para dizer, em tempos, mas
percebi também que nem sempre vale a pena. Com a experiência percebi que não conseguimos controlar tudo à nossa volta e que o máximo que
podemos fazer é dar o nosso melhor perante as coisas que vamos enfrentando.
- Vamos agora falar um
bocado deste teu novo projecto. Um blogue destinado a entrevistas, sobre
pessoas e para pessoas. Como é que surgiu esta ideia? O que é que pretendes com
ele?
A
ideia surgiu há bastante tempo. Estou sempre a pensar em coisas novas para
fazer e que me façam sentir melhor. As oportunidades nas áreas em que quero
trabalhar são escassas e tento sempre não limitar-me ao que há. No início de
2014 deu-me o clique e avancei. Fiz contactos, recorri à tua ajuda, pensei
muito e comecei a criar. É sempre arriscado. Está a ser. Acho que o facto de
não ser conhecido me retira credibilidade perante as pessoas que convido para
as entrevistas mas espero mostrar que é um projecto sério e que vale a pena. O
meu principal objectivo passa por fazer algo de que gosto mesmo muito e ganhar
visibilidade no meio em que quero trabalhar.
- Esperas uma boa
reacção do público a este novo conceito? Gostavas que ficasse associado às entrevistas
que o público nunca leu?
Espero
a melhor reacção mas não é garantida. Nem podia ser até porque este conceito
não é exactamente novo. Mas é meu. É o meu trabalho e a minha forma de
ver as coisas e por aí sim, acho que farei diferença. Estas entrevistas serão
sempre associadas à novidade: são exclusivas. Vai valer a pena!
- Há alguma mensagem
que queiras deixar ao público que não te conhece?
Espero que possam vir a conhecer o meu trabalho e que se identifiquem com ele. Espero que
acompanhem este blogue e que me deixem sempre presente a forma como vêem as coisas que vão vendo e lendo por aqui.
- Uma última frase.
Não há últimas frases para quem tanto quer comunicar... Fica a promessa de que lutarei por tudo aquilo em que acredito. Lutarei como um leão!
- Obrigada por esta oportunidade de
participar no teu projecto, Filipe. Espero que seja um sucesso!
Obrigado, Diana!
- Entrevistadora: Diana Amador -
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