domingo, 9 de fevereiro de 2014

O Entrevistador

São apenas 21 anos. São poucos para quem ainda tem uma vida pela frente, com tanto por fazer e concretizar. É uma pessoa assim que entrevistamos hoje e, curiosamente, o mentor deste novo projecto: “A Entrevista”, por Filipe Carvalho.

Emissão Solidária do Banco Alimentar Contra a Fome
Rádio Autónoma de Lisboa
- Olá Filipe. Estás preparado para seres tu o entrevistado?
Preparado tento estar sempre. Mas se me perguntares se estou bem preparado, aí já é diferente mas vamos a isto!

- Vamos começar por falar no teu percurso até hoje. Sei que já fizeste um pouco de tudo profissionalmente. Como é que o descreves de forma sucinta?
De forma sucinta é mais complicado. Já fiz muitas coisas e todas elas foram boas experiências. Em restauração já trabalhei na cozinha como ajudante, já estive ao balcão e também servi à mesa. Depois trabalhei em duas lojas de roupa. Trabalhei em call-center… Ah, não me posso esquecer da loja de brinquedos nem dos tempos em que trabalhei como carteiro e tão pouco daqueles tempos em que trabalhei na área da cultura em duas juntas de freguesia. Trabalhei também como assistente administrativo e, actualmente, trabalho numa empresa de material de escritório como comercial. Entre todas estas experiências, fiz teatro. Bastante teatro! E rádio! Aos vinte e um anos parecem muitas coisas mas todas elas chegaram no momento certo.

- Tendo feito tantas coisas, o que é que te falta fazer para te sentires uma pessoa realizada na tua idade?
Falta-me tudo! Sou completamente insatisfeito e quando consigo algo, como vai acontecendo, acabo sempre por sentir que quero dar o próximo passo. Ir mais longe. É todo um inconformismo que não sei explicar-te mas que também me traz algum desconforto. É difícil lidar com esta insatisfação quando sei que tenho conseguido várias coisas que na minha idade são bastante incomuns. Falta-me sempre muito para estar realmente realizado!


- A televisão e a rádio são as tuas grandes paixões. Consegues escolher apenas uma delas ou gostavas de poder conciliar as duas?
A minha ideia é conciliar as duas grandes paixões da minha vida e estar tão próximo do público quanto possível e quanto mo permitirem. Nunca fiz televisão e a rádio começou por ser uma brincadeira e tornou-se paixão. A televisão é uma paixão desde sempre. Era e é a minha companhia. Uma das grandes alegrias era acordar cedo para ver desenhos animados. Em vez de voltar a adormecer, não. Ficava acordado para seguir os programas da manhã. Acabava por imitar apresentadores, apresentar jornais e fazer do meu quarto a minha estação de televisão.

- Tens alguma outra paixão que as pessoas desconheçam?
Tenho mais algumas, sim. As pessoas, actualmente, desconhecem todas elas, acho. Depois disto passam a conhecê-las mas vão precisar de ver-me trabalhar para perceber realmente como encaro tudo isto. Escrever é uma paixão de há muitos anos, mesmo antes de sonhar ser actor ou, neste caso, comunicador. Conduzir é outra paixão. Pegar no carro e conduzir sem destino é das melhores sensações do mundo.

- O que é que achas que faz falta ao panorama nacional nestas duas áreas em que queres apostar?
Em televisão, nas generalistas, acho que precisamos de mudança nos programas da tarde, por exemplo. Sangue novo. Alegria! Conteúdo com verdadeiro entretenimento. Precisamos de puxar o país e as pessoas para cima. Precisamos de muito mais dinamismo! Horário nobre de sábado também acho muito muito fraco mas entretanto diz-se que vai melhorar. Assim espero! Faltam programas de entretenimento puro. Um surprise show, por exemplo! A informação, para mim, é de evitar. É fatalista. Apresenta um lado demasiado negro que nos contagia de forma negativa. Os noticiários são extremamente longos e desnecessários nessa duração. Faz falta jornalismo de investigação. Filipe a director já! (risos)
Na rádio já é mais complicado… As pessoas preferem a música de forma contínua a boas conversas e eu adoro boas conversas. Adoro explorar novas formas de chegar às pessoas como fiz em rádio no programa que apresentei. Gosto de inovar. De arriscar. Faz falta assumir esse risco.

- Fala-me agora dos teus sonhos.
Os meus sonhos não passam disto e isto é tudo para mim! É com isto que sonho todos os dias. Chegar às pessoas, fazer parte da vida delas e fazer a diferença. Não quero ser indiferente. Podem gostar ou não de mim mas a indiferença não quero.

- Consideras-te um exemplo?
Não, não. Ser um exemplo não é bom nem mau. É o que é. Até porque tenho muitos defeitos e muito para aprender ao longo da minha vida... Não espero sê-lo a menos que isso seja bom e vantajoso para quem me vê como tal. Sou apenas uma pessoa normal que sonha, arrisca e que pretende chegar mais longe. Mas considero-me diferente. Sei bem que nestes sonhos que transporto deposito uma vontade superior à de muitas pessoas que apenas desejam estes lugares por motivos fúteis. Há muito boa gente que encara estas vontades como sonhos mas na concretização dos mesmos as acções são nulas. Não existem. Recuso-me a ser assim.

Programa Toma Lá Dois na Rádio PopularFM
- Como é que te imaginas daqui a 10 anos? A fazer o quê? A viver onde?
Imagino-me bonito. (risos) Vá, agora mais a sério… Espero estar a fazer televisão para as pessoas. Espero ter o meu programa e ter uma parceira na condução. Não gosto de trabalhar sozinho. Não gosto mesmo! E um programa de rádio era tão bom também! Era mesmo. Em dupla, claro! Pessoalmente, espero estar próximo de quem me faz bem.

- Como é que te descreves em poucas palavras?
Em poucas não me descrevo. É impossível para alguém que fala e escreve tanto! (risos)

- Sei que és muito fiel a ti mesmo e que defendes sempre a coerência das pessoas. O que é que te chateia na maneira de ser e de estar dos outros?
Tento não preocupar-me. Tento dar a liberdade aos outros para que possam ser e estar de acordo com as suas vontades. Dentro desta minha postura espero, obviamente, que as pessoas se façam acompanhar de bom senso. É fundamental para não invadir ou pôr em causa o espaço dos outros. Não saber estar incomoda-me muito mas defender a coerência é, muitas vezes, ser igualmente incoerente. 

- Tu, que nunca deixas nada por dizer, tens alguma coisa que nunca tenhas dito?
Tenho muitas. Vou ter sempre. Acho que teremos sempre muito a dizer enquanto houver a capacidade de sentir. Já disse mais o que tinha para dizer, em tempos, mas percebi também que nem sempre vale a pena. Com a experiência  percebi que não conseguimos controlar tudo à nossa volta e que o máximo que podemos fazer é dar o nosso melhor perante as coisas que vamos enfrentando.

- Vamos agora falar um bocado deste teu novo projecto. Um blogue destinado a entrevistas, sobre pessoas e para pessoas. Como é que surgiu esta ideia? O que é que pretendes com ele?
A ideia surgiu há bastante tempo. Estou sempre a pensar em coisas novas para fazer e que me façam sentir melhor. As oportunidades nas áreas em que quero trabalhar são escassas e tento sempre não limitar-me ao que há. No início de 2014 deu-me o clique e avancei. Fiz contactos, recorri à tua ajuda, pensei muito e comecei a criar. É sempre arriscado. Está a ser. Acho que o facto de não ser conhecido me retira credibilidade perante as pessoas que convido para as entrevistas mas espero mostrar que é um projecto sério e que vale a pena. O meu principal objectivo passa por fazer algo de que gosto mesmo muito e ganhar visibilidade no meio em que quero trabalhar.

- Esperas uma boa reacção do público a este novo conceito? Gostavas que ficasse associado às entrevistas que o público nunca leu?
Espero a melhor reacção mas não é garantida. Nem podia ser até porque este conceito não é exactamente novo. Mas é meu. É o meu trabalho e a minha forma de ver as coisas e por aí sim, acho que farei diferença. Estas entrevistas serão sempre associadas à novidade: são exclusivas. Vai valer a pena!

- Há alguma mensagem que queiras deixar ao público que não te conhece?
Espero que possam vir a conhecer o meu trabalho e que se identifiquem com ele. Espero que acompanhem este blogue e que me deixem sempre presente a forma como vêem as coisas que vão vendo e lendo por aqui. 

- Uma última frase.
 Não há últimas frases para quem tanto quer comunicar... Fica a promessa de que lutarei por tudo aquilo em que acredito. Lutarei como um leão! 

- Obrigada por esta oportunidade de participar no teu projecto, Filipe. Espero que seja um sucesso!
Obrigado, Diana!



- Entrevistadora: Diana Amador -

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