O caminho é longo e escuro… Os teus olhos já nada conseguem ver e as tuas mãos já não sentem o toque. As tuas pernas não aguentam e deixam-te cair. Tentas encontrar explicação… Mas não há. Já não sabes quem és. A tua respiração começa a falhar. É o momento em que começas a repensar toda a tua vida. Olhas para trás e tens medo da perseguição que te é feita. Alguém que te puxa pelo braço e te grita ao ouvido. O terror espalha-se pelo teu rosto. O teu corpo não responde e a tua cabeça é uma explosão de ideias perdidas. Queres encontrar a força mas não há luz que te consiga preencher a alma. És nada mas queres ser tudo. Deixaste-te destruir por algo que desejaste. Alucinaste. Ficaste louco e passaste a ouvir vozes, a ouvir passos, a ver coisas. Vives da noite, e começas a alimentar-te da raiva… Mas não te chega. É pouco. Persegues então algo que não sabes que existe. O desconhecido para ti é pânico e ninguém se aproxima. Vives da tua realidade até que alguém te dá a mão. Parece que alguém te fez sorrir. Alguém conseguiu abraçar-te de forma tão forte que não te deu espaço para recusar emoção. Voltas a sorrir e a tua mão junta-se a uma outra… O caminho começa a definir-se. O teu rosto é uma nova expressão! Esqueces que és perseguido e esqueces os teus erros. Pensas num novo caminho, na tua nova forma de estar e o teu sorriso é constante. Percebes a importância das pessoas verdadeiras na tua vida. Percebes que um abraço é mais importante. Passas então a dizer bom dia a todas as pessoas por quem passas… Passas a trazer cor aos momentos que até então eram brancos. Parte da tua vida passou mas percebes que parte dela foi uma mera existência. As pessoas são o mais importante da vida quando merecem sê-lo. Só vais compreender quando te conheceres a ti próprio. Quando souberes do potencial que tens. Só poderás ser livre quando permitires a liberdade aos outros que te rodeiam. Para que não demores a perceber tudo isto, vive. Vive intensamente. Vive as tuas verdades sem deixar de olhar para as verdades dos outros. Sorri. Ri muito. Sabes porquê? Porque amanhã podes não estar.
Filipe Carvalho
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