Foi
a 15 de Março que terminou mais uma edição do Secret Story – Casa dos Segredos
e, com o fim, acabou também a companhia de muitos espectadores após a meia-noite.
Se
há muitos que dizem que a Casa dos Segredos é um mau programa, há também muitos
que sabem, e sentem, que os Extras do programa eram a companhia dos que, como
eu, têm por hábito deitar-se mais tarde e gostam de ser entretidos em português.
Então
e agora? O que é que nos entretém em português? Filmes? Todos os dias? Não
gosto. E lamento que as televisões não tenham o cuidado de ter conteúdos na
nossa língua, não contando com os concursos para, e desculpem-me a expressão, “sacar”
dinheiro ou com aqueles programas das cartas, com o mesmo intuito. Desculpem-me
os que gostam, mas a mim não me entretém. Além disso, se quiser ver filmes ou
séries procuro outros canais com mais oferta.
Será
que algum dos programadores televisivos pensa naqueles que gostam de ver
conteúdos na sua língua? Ou pensa naqueles que não percebem outras línguas que
não a sua? Pensa naqueles que não conseguem ler legendas porque não vêem bem ou
que nem sequer sabem ler?
É
preciso pensar porque os há, tal como é possível concretizar programas em português,
de baixo custo, numa altura em que se pensa tanto e só em dinheiro, que
contenham qualidade e que envolvam mais conhecimento e entretenimento. A
televisão generalista não pode ser só para alguns. Não pode ser para maiorias
só em alguns horários. Não pode só ser pensada em detalhe quando dá mais dinheiro,
porque nem sempre é assim.
A
televisão tem o dever de unir e envolver. Eu sei. Basta-me apenas observar a
minha avó, que muito vive da companhia da televisão diariamente, para perceber
que depois da meia-noite nada encontra para ver e para se entreter.
Não
falta público. Não faltam profissionais com vontade de fazer bem. E não mais
faltará vontade de ligar a televisão, de certeza absoluta, para ouvir em
português e, não menos importante, encontrar uma boa companhia antes de dormir.
Senhores
da televisão, e depois da meia-noite?
Por Filipe Carvalho
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