Porque o amor se manifesta de várias formas, resolvi apresentar-lhe um dos grandes amores da minha vida: o Zeus. O meu companheiro.
Comecei por sentir um enorme carinho ao ver o quão inocente e inofensivo era. Dei de mim, como ele deu de si sem pedir muito e nasceu o amor. Sem qualquer sombra de dúvidas.
O
Zeus, o meu Zeus, é um gato com comportamento de cão. Segue-me para todo o
lado, com todo o seu ar e andar de galã, pede-me atenção constantemente e
acabou por revelar-se pouco independente de mim, como seria de esperar sendo
ele um gato.
Se
eu estiver sentado no sofá e ele estiver sentado ou deitado ao lado, como
costuma acontecer, e se me levantar para ir à cozinha, por exemplo, ele vai
atrás, a reclamar ao seu jeito, que é como quem diz, vai num miar intenso, como
quem diz “Estava eu tão bem deitado na tua companhia e tu foste levantar-te
para quê?”.
O
Zeus é um verdadeiro companheiro. Sente quando estou mal e fica lá. Olha-me com
carinho, mia baixinho para afirmar que está ali, sem querer perturbar o
momento. Mantém-se, firme, sem colocar questões. Sem julgar. Está. Apenas. E às
vezes, nos momentos mais complicados, só queremos que alguém esteja.
O
Zeus é o gato que mia incessantemente até que o acompanhe à divisão da casa
onde tem a comida, porque não quero comer a ração sem ter companhia. É o gato
que adora ficar na janela a apanhar sol e vento no focinho e que adora tomar
banho. De gato, tem a grande mania de ir parar aos sítios mais estranhos da
casa. Dorme encostado à minha cara, é muitas vezes o meu despertador fora de
horas e o meu calmante, mas é, acima de tudo e qualquer coisa, todos os dias,
um dos grandes amores da minha vida.
Não
abdico dele como ele jamais abdicou de mim. Amo-o. Todos os dias.
Por Filipe Carvalho
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