sexta-feira, 27 de março de 2015

Amor Incondicional

Porque o amor se manifesta de várias formas, resolvi apresentar-lhe um dos grandes amores da minha vida: o Zeus. O meu companheiro.


Conheci-o há pouco mais de dois anos, ao partilhar casa com um amigo, e eu, que não gostava de gatos por ter medo, passei a amá-lo. Mas não foi um amor imediato… Conheci-o ainda bebé, e já fugia dele pela casa. Tinha medo e não queria grande proximidade. Isto, claro, até ao dia em que me sentei no sofá, não fugi dele e deixei que se deitasse no meu colo. E aí não houve qualquer hipótese de fuga.


Comecei por sentir um enorme carinho ao ver o quão inocente e inofensivo era. Dei de mim, como ele deu de si sem pedir muito e nasceu o amor. Sem qualquer sombra de dúvidas.
O Zeus, o meu Zeus, é um gato com comportamento de cão. Segue-me para todo o lado, com todo o seu ar e andar de galã, pede-me atenção constantemente e acabou por revelar-se pouco independente de mim, como seria de esperar sendo ele um gato.

Se eu estiver sentado no sofá e ele estiver sentado ou deitado ao lado, como costuma acontecer, e se me levantar para ir à cozinha, por exemplo, ele vai atrás, a reclamar ao seu jeito, que é como quem diz, vai num miar intenso, como quem diz “Estava eu tão bem deitado na tua companhia e tu foste levantar-te para quê?”.

O Zeus é um verdadeiro companheiro. Sente quando estou mal e fica lá. Olha-me com carinho, mia baixinho para afirmar que está ali, sem querer perturbar o momento. Mantém-se, firme, sem colocar questões. Sem julgar. Está. Apenas. E às vezes, nos momentos mais complicados, só queremos que alguém esteja.


O Zeus é o gato que mia incessantemente até que o acompanhe à divisão da casa onde tem a comida, porque não quero comer a ração sem ter companhia. É o gato que adora ficar na janela a apanhar sol e vento no focinho e que adora tomar banho. De gato, tem a grande mania de ir parar aos sítios mais estranhos da casa. Dorme encostado à minha cara, é muitas vezes o meu despertador fora de horas e o meu calmante, mas é, acima de tudo e qualquer coisa, todos os dias, um dos grandes amores da minha vida.

Não abdico dele como ele jamais abdicou de mim. Amo-o. Todos os dias.


Por Filipe Carvalho

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