segunda-feira, 5 de maio de 2014

Aos teus e aos meus. Aos nossos... Sonhos?





Tu… Tu que tens o poder… Como te sentes? Como é que te vês? Pergunto-te isto porque sei como me sinto e me vejo. Queres saber como? Amarrado. Eu estou amarrado. Estou preso às tuas decisões que não têm passado por mim. Nem por ele. Elas não passam por nós. Talvez se cruzem com outros que aos meus olhos são invisíveis. Não sei bem quem és. Sinto bem o que me fazes. Ou por outra, sei bem o que não me tens deixado fazer. Se adormeço e acordo todos os dias, também é na esperança que me olhes e me coloques onde estão os meus sonhos. Eu sou a voz de muitas vozes mas tu ainda não sabes. Porque não me deixas fazer-te saber. Escrevo-te e não me respondes. Candidato-me e tu ignoras. Faço-me ouvir e tu fazes de ti surdo. Se te questiono tu és mudo. Não és resposta. Vejo que és e não és e, por tua causa, eu deixo de ser. Até quando?! Nas minhas veias correm sonhos. Sonhos que não se apagam. Que não se vão embora. Sonhos. Tu tens sonhos? Tu tiveste sonhos? Como é que os trataram quando precisaste que fossem ouvidos? Eu sou, de alguma forma, quem tu já foste e um dia, quando me for dada a oportunidade de o ser, serão os teus, aqueles que te pertencem, a estar onde estou agora. E depois? Lembrar-me-ei de hoje? Não sei. Sei que te grito, acordado ou não, todos os dias da minha vida. Sou feito do sonho. Somos feitos dos sonhos. Sou feito de vontade e não és tu que a vais fazer fugir. Não podes ser tu. Eu olho para mim e quero ser. Quero estar. Quero ficar. Quero continuar a sonhar. Aos teus e aos meus… Aos nossos sonhos... Um bom lugar para ficar. Para estar...  Para ir e voltar que este mundo sabe a pouco a quem se permite sonhar (...)


Filipe Carvalho

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